O beijo foi muito mais do que tudo que esperei por toda a minha vida. Quanda todo foi acontecende me lembrei de um texto do Júlio Cortázar que dizia assim: "Você me olha, de perto me olha, cada vez mais de perto, e então brincamos de ciclope, olhamo-nos cada vez mais de perto e nossos olhos se tornam maiores, se aproximam uns dos outros, respirando confundidos, as bocas encontram-se e lutam debilmente, mordendo-se com os lábios."
Depois de sentir sua respiração forte e perto, depois de sentir o perfume bem mais suave no pescoço, depois de sentir seus lábios de pêssego, eu lutava pra conseguir me afastar. Ela sorriu e assim se afastou:
- Não era bem disso que eu estava falando. Não foi isso que eu planejei.
Foi o que ela disse, minhas mãos começaram a tremer e meu rosto com toda certeza corou, as palavras desapareceram.
- Foi muito melhor. Ela disse e me beijou novamente.
A única coisa que eu conseguia pensar era: Isso está realmente acontecendo?


Girei ela no ar e rimos muito. Tive real sensação de borboletas no estômago. E essas borboletas deviam estar fazendo muita bagunça ali.
Ela disse que já precisava ir embora, mesmo tentando segurá-la ali, não consegui.
Naquele momento nem me veio a cabeça que tudo poderia durar tão pouco como um simples respirar.  
Levei ela no portão pra poder roubar mais um beijo.