Grinaldas à Parte

Depois Daquela Noite - Capítulo 2

15:24 Scarlett Benevides 0 Comments Category : , ,

Mas é claro que eu aceitei, meio tonto e desengonçado, mas entrei no carro sem nem mesmo perceber. A mãe dela que dirigia me deu um largo sorriso e um oi. E essa foi a única palavra que ouvi durante todo o percurso. Eu tolo não puxei nem um assunto sobre o tempo, sei lá. Sabe quando você não tem absolutamente nada pra dizer ou só quer puxar assunto e diz: Nossa, está quente hoje, neh. Ou: Caramba, tá chovendo demais. Então, Nem isso! Que idiota.
Falando em idiota nem me apresentei neh. Rsrs.
Bom, eu me chamo Carlos Henrique, mas todos me chamam só de Henrique, eu moro numa cidade chamada Tibagi no estado do Paraná. Estou no último ano do ensino médio, onde conheci a Duda (Maria Eduarda). Mas ela foi trocada de sala umas duas semanas depois. Nosso relacionamento é o mínimo, se é que podemos ser chamados de colegas. Mas ela sempre foi muito simpática e atenciosa. Desde o primeiro dia em que nos vimos meu coração já dizia que ela moraria nele por muitos, senão eternos anos.
E foi assim. Nos vemos ás vezes nos intervalos, e tudo não passa de um oi, ou mesmo apenas um sorriso. Sempre acompanhada por outras meninas acaba inibindo-me de me aproximar.
 E nesse dia, por uma obra do acaso, cheguei com ela na escola. Pensei em assim que sair do carro já falar alguma coisa, não sei. Tinha que pensar rápido e esquecer aquelas benditas borboletas no estômago.
Quando ela abriu a porta do carro, uma comissão de garotas já a conduziu para o meio da multidão no pátio e eu mais uma vez fiquei olhando-a de longe. Ela virou-se e deu um aceno com as mãos. Um tchau. Pensei que poderia chover por meses até que eu consiga enfim me aproximar.
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Naquele dia a hora pereceu não querer passar, no último horário tive uma prova surpresa que prefiro nem dizer o resultado, só sei que saí da escola uns 20 minutos após o sinal. Totalmente frustrado. O Pátio já estava vazio. E no outro lado da rua estava ela. Sentada na calçada e chorava. Me aproximar foi instintivo. Quando ela percebeu que eu estava sentado ao seu lado, sem saber muito bem o que dizer ela levantou os olhos e tentou enxugar o rosto. O que eu senti nem sei dizer, foi como se os meus olhos tivessem absorvido toda a tristeza que ela expressava. Eu tinha que dizer alguma coisa, e foi o que fiz, respirei fundo, segurei em seu queixo e disse:

Carlos Henrique
Veja também: Capítulo 1 

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