Depois Daquela Noite - Capítulo 1
Eu saía de casa todos os dias bem cedinho. O caminho até a escola durava cerca de 10 minutos, mas eu o alongava por um caminho desnecessário só pra passar na rua da casa dela, e por vezes, com alguma sorte a encontrava no caminho.
Me apaixonei por ela no primeiro dia de aula e hoje, em novembro, ainda sinto borboletas no estômago por vê-la. Mas não demonstro nada disso, sabe por quê? Aliás, vocês que são mulheres que deveriam me explicar essa história de que meninas sempre se interessam de verdade por garotos que não estão nem aí pra elas. Daí fico assim, distante. Na verdade, na verdade, sempre tive um certo medo receio de me aproximar. Mulheres são muito complicadas e a gente não tem bola de cristal pra adivinhar a reação delas quando gostam ou não de uma conversa, ou de um garoto. Por isso, certos meninos tem essa pose de pegador. Eles simplesmente não se importam com o que as “gatinhas” vão pensar deles e assim acabam ganhando todas!
É, mas esse não faz meu gênero. A Duda é o tipo de garota que me prenderia fácil, ela é perfeita, nunca vi um uniforme escolar ficar bonito em nenhuma garota como fica nela, e aquela mania de mexer na franja tira toda a minha atenção, mas ela nem nota que eu to bem aqui, esperando uma chance, uma brecha.
A algumas semanas atrás saí pra aula de manhã, e no meio do caminho, um pouco antes da casa dela caiu uma chuva brava, passei correndo pela calçada dela e nem me importei de olhar, foi quando percebi o carro dos pais dela parando do meu lado. O vidro do carona foi aberto, era ela, aquele sorriso lindo e os cabelos molhados como se tivesse acabado de sair de um banho quente. Ela me olhou como se estivesse vendo alguma coisa engraçada (devia ser meu rosto vermelho e minha boca meio aberta) e disse: Quer carona?
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