Grinaldas à Parte

Depois Daquela Noite - Último Capítulo

14:08 Scarlett Benevides 6 Comments Category :

Quando ela desceu as escadas, parecia um filme desses de adolescentes. Meus olhos contemplaram a criatura mais linda do mundo. Só naquela hora eu fui entender porque ela tinha tanta coisa pra fazer pra essa festa. Ela estava perfeita. Cada mínimo detalhe preenchido. Seu vertido claro realçava a cor dos seus olhos. E o seu sorriso era encantador.
Ela me deixou dar apenas um beijo na testa. - Pra não tirar o batom. - Afirmou ela.
Entrei na festa com a menina mais linda que podia ter ali. Todos pararam para olhar e eu tenho certeza que não era pra mim. O mais engraçado é que quem olhava não eram os garotos (ainda bem, rum) eram as meninas que apontavam e comentavam. Admito que fiquei nervoso. Estava me sentindo um alvo de tiro. A Duda riu, olhando pra mim e disse:
- Liga não. Logo logo elas para de apontar. 
Ela parecia lidar muito bem com aquilo. Lógico, sempre foi percebida, olhada, seguida.
Depois disso o baile foi perfeito. Dançamos muito. Dançamos até ela dizer que seus pés não aguentavam mais. Sentamos. Fui buscar um refrigerante e quando voltei a carinha dela dizia "Ai que sono, vamos pra casa?" A festa estava quase vazia.
- E aí, Duda. Vamos pra casa?
- Até que enfim, pensei que você ia querer ficar aqui até a última pessoa sair do baile.
- kkkkkkkkk, então vamos.

No caminho pra casa ela dormiu no banco do carona. Parei o carro em frente a casa da amiga dela onde ela estava.
- Duda, chegamos. Passo amanhã cedo pra te buscar.
Ela ficou me olhando como se como se quisesse dizer alguma coisa, mas por algum motivo ela não disse. Eu saí do carro pra abrir a porta dela e quando abri ela disse:
- Não queria que você entendesse errado, mas posso te fazer um pedido?
Dei um beijinho de esquimó nela e respondi: - Qualquer coisa.
- Me deixa dormir na sua casa?
- É, porque eu entenderia errado um pedido desses. kkkk - Ela ficou vermelha e logo disse:
- Só dormir mesmo, amor.
- Eu sei. Estava brincando com você. E é lógico que pode né. Bora!


Quando já estávamos na sala peguei o violão.
- Bom. Queria cantar uma música pra você. Ia cantar só amanhã. Mas já que você está aqui hoje... posso?


- Aaaaiiinn. Claro.

 (Ouça)

Conversamos e rimos muito. Acabamos dormindo no sofá. Depois daquela noite nada mais foi o mesmo. Levei ela embora cedinho. Metade de mim ficou com ela. Depois daqueles beijos nenhuma boca teria mais doce. Depois dos seus abraços eu não encontraria nada mais aconchegante. Depois do seu sorriso o sol não brilharia mais da mesma forma. Nada mais faria sentido. E eu não podia fazer nada. Me partia o coração ver suas lágrimas disfarçadas pra não aumentar a dor.
Enquanto meus olhos ainda podiam ver pelo retrovisor ela ainda estava no meio da rua olhando pro carro na grande avenida.
18hs de distância. Sabíamos que não ia dar certo, então decidimos parar por ali. Talvez seria a última vez que a veria. Talvez não.


Fim
Carlos Henrique


"Pra ser bonita, uma história não precisa necessariamente ter um final feliz."

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